O mundo está a mudar rapidamente e a velocidade das mudanças supera muitas vezes a nossa capacidade de adaptação. Poderemos levantar o pé do acelerador e procurar viver de forma mais tranquila.
Mereça alguns períodos de repouso ao longo do dia, ou no início ou final do seu dia. Concentre-se na respiração calma, ampla lenta, rítmica. Sinta o ar fluir pelas narinas, entrando fresco e saindo aquecido.
Deixe a sua mente relaxar. Os pensamentos vêm à mente, deixe-os sair com suavidade focando a sua atenção na respiração. Visualize algo que o acalme: uma chama, um pôr-do-sol, uma montanha serena, um rio a fluir, e deixe a serenidade e o relaxamento estender-se ao longo do seu corpo.
Se preferir pare 30 minutos por dia para pensar, ou de preferência para não pensar.
UNIDADE
Respire fundo,
Respire fundo.
O ar enche-me os pulmões
O meu sangue recebe
Esta dádiva pela qual
Vivo mais alguns momentos,
Todas as minhas células repletas.
Cada vez que respiro
Parte de mim separa-se
E algo novo
É posto no lugar.
O arroz que comi ontem,
Onde está agora?
Nos meus músculos,
O sumo que bebi
Para onde foi?
Para os braços e pernas e tudo.
No passado
O arroz ondulava ao sol
Noutras terras
E os frutos estavam suspensos
Das árvores em Portugal
Espanha ou longe
E antes disso?
Antes disso a sua substância
Estava no solo
Estava no ar
Estava nos mares
À espera de se transformar em chuva
Tu e eu
Somos principalmente água.
No ano passado
A maior parte de cada um de nós
Estava no oceano.
Circulávamos juntos…
E essa água foi erguida
Pelo calor do Sol
Pelo impacto de fotões
E cada fotão
Provem do sol
Do ventre de uma estrela
Tu e eu fomos estrelas no passado
Portanto quem eras no ano passado?
E onde estarás na semana que vem?
Quem é o teu amigo e o teu inimigo?
E quem será tu no ano que vem?
Respira fundo
Respira fundo
Este ar sou eu
Este ar és tu.
Este ar partilhamos.
Cada vez que respiro ligo-me
Com as grandes florestas.
A minha expiração é o seu alimento,
A expiração deles enche os meus pulmões.
Todos os dias
Recolhemos substância
E continuamos a tarefa
De interminavelmente
Nos reconstruirmos
Uns dos outros.
Todos os dias
nos desfazemos de uma porção
E continuamos o ciclo
De interminavelmente
Nos devolvermos
Aos outros.
Dia a dia mudamos
E transformamo-nos uns nos outros
A substância do universo
Poeira de estrelas e tudo,
Atravessando cada um de nós
E nós atravessando-a
Onde estavas no ano passado?
Respira fundo,
Respira fundo.
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